sexta-feira, 21 de abril de 2017

A SEMANA SANTA E O HISTORIADOR


A SEMANA SANTA
Nunca podemos julgar os costumes de uma época passada com os olhos da atualidade, mas o oficio me cobra um relato o que mudou no período da semana santa ao longo do tempo na cidade de São João da Serra. Primeiro, os fazendeiros locais só ordenhavam suas vacas de leite até a quarta feira, pois havia uma crença, que dizia, ``se tirar o leite da vaca na quinta e seixa feira maior, o que sairá das tetas será nada mais do que sangue.`` As crianças só banhavam ate a quarta feira, se não obedecesse ficariam entrevadas. Não se pegava em dinheiro, facas. Na alimentação, não se consumia nada com o sabor adocicado ou seja, nada que tinha açúcar, o café e os chás eram amargos. As moças faziam um cocô no cabelo na quarta e ali não mais os penteava. Não se falava alto, não se xingava, não se cortava os cabelos, pois ficaria ```ruim da bola``,ou seja, ficaria doido do Juízo. Moradores que tinham papagaios, cachorros presos por cordas ou correntes nesses dias os soltavam assim, como jumentos, cavalos e éguas não eram presos por pêas de couro. Os moradores mais afortunados, fazendeiros ou comerciantes doavam sacos de estopas e roupas para confeccionar o judas, que o mesmo era amarrado com uma corda grossa  em um grande pequizeiro existente na época, onde hoje fica a praça do abrigo. O Judas era derrubado a tiros e relata-se que o senhor Benedito Quirino, um comerciante local, dono de uma grande mira era quem conseguia derruba-lo. Alguns garotos usavam o Judas para assustar, geralmente as pessoas que moravam sozinhas, colocando o mesmo na porta principal das casas com os braços estendidos e logo depois batiam palmas e saiam correndo. Com a pouca iluminação das casas gerava um grande susto ao morador.
 
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário