ZÉ DIDOR, O TREMENDÃO.
Eu,
ainda acadêmico de Historia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI, inicialmente
no campus de Campo Maior, fui com os meus companheiros de turma e nosso
professor Augusto, conhecer o museu da cidade de Campo Maior. Nesta época perto
do seu açude grande. Ali chegando encontramos um senhor moreno, magro, usando
um cinto com uma grande fivela e com um grosso cordão de ouro no pescoço, um
verdadeiro tremendão. No seu museu tinha: livros, pinicos, pedras, espadas,
bicicletas antigas, documentos, casco de tartaruga gigante de quase um metro,
fotos de políticos de varias épocas. Ali fiz o relatório conforme exigia o
professor Augusto.
Passados alguns anos volto a Campo Maior para
visitar e fazer exames de vista, com o meu tio João Torres e exames
laboratoriais com os meus primos Doutor Fabio Torres e Doutor Leandro. Como
estava pesquisando sobre o Marvão, antigo Castelo do Piauí e sobre nossa cidade
São João da Serra, resolvo ir novamente ao museu do Zé Didor, agora localizado
na antiga estação de trem de Campo Maior. Ali o encontro Zé Didor, sozinho
fazendo sua leitura, o cumprimento e ele
logo me pergunta quem eu sou e de onde venho. Quando assinei o livro de
visitantes que coloco como origem São João da Serra. Ele logo me diz que era de
lá, neto do coronel Zé Cardoso. Que morava bem próximo a quadra de esportes.
Ele continuava a perguntar "É filho de quem?” E repondo que sou filho de
Edmilson Frazão, com um sorriso no rosto ele diz “Sei... Então você é neto do
Bento da Luz?” E logo me pergunta também se eu sabia o porquê do apelido bento
da luz e eu disse que não. Continuou ele
``É porque seu avô bento na região em que
morava quando tinha uma festa, um reisado, uma reza mercadorias e jacás,
surrões e colocava sua banca um pouco distante do evento e seus clientes vendo
aquela luz dizia: “o bento esta ali, olha ali a luz”. “Depois ele ficou rico,
né verdade?” Formou até dois filhos em medicina. João e Raimundo Torres, que se
formaram em Belém do Pará. Era um verdadeiro comandante da localidade Alto
Alegre, tinha uma grande loja, jipe e caminhão novo que utilizava pra comprar
as mercadorias... Para encerrar seu avô sempre dizia que “marca boa de caminhão
é o novo”. Depois deste relato histórico, ele passou a mostra-me o seu museu
com reportagem em livros como: Me leva Brasil de Mauricio Cubruslei e
reportagens em jornais, revistas, participação no programa Mais Você, da rede
globo . Mostrou-me uma farda que pertenceu ao Doutor João Torres quando era
medico tenente da aeronáutica. Depois que fiz os devidos registo fotográfico.
Ele me Diz “Sou irmão legítimo do Tito, do museu da cidade de Castelo do Piauí”.
Então Ali retruquei “que os dois museólogos do Piauí nasceram em São João da Serra?”
Vale ressaltar que nem Zé Didor em
Campo Maior como o Tito em Castelo recebem os devidos incentivos pra a
manutenção e zelo de tão precioso tesouro histórico.