CHICO
FRANCILINO-UM TOCADOR LENDARIO
No registro de
nascimento Francisco Machado de Sousa, nascido no dia 1 de novembro de 1929, no
Baixão dos Dantas do senhor Egídio e depois veio a morar na Santa Maria. Seu
irmão mais velho, Furtuoso, que já tocava sanfona desde 12 anos de idade, seu
pai Januário José de Sousa ( o primeiro sanfoneiro da região) vendo o seu pai
Januário tocar ficava observando aquilo e depois terminou aprendendo os
primeiro dedilhados do instrumento sozinho. O senhor Didor Cardoso dizia`este
nego é bom de foli`´ e o levou para a cidade de Campo Maior, lá foi apresentado
ao maestro Pedim da banda de musica da cidade, onde aprimorou seus
conhecimentos da arte das teclas. Só saiu da banda quando o maestro Pedim foi
embora pra Brasília. Chico Francelino lembra que começou a ganhar dinheiro no
cabaré da Isabelona (a mulher mais rica de Campo Maior, que nem os bancos
queriam mais guardar o seu dinheiro) tinha como companheiros de apresentação
garotos da banda de musica local. Relata que seu cantor era conhecido como Corrupião
`´o bicho era bom de ouvido, gravava as musicas na memoria logo na primeira vez
que ouvia ´´. Passando o tempo Chico vai morar em Castelo do Piauí passando a
trabalhar para o senhor Milton Lima nas suas campanhas politicas. Tempos depois
voltou para a sua cidade natal São João da Serra, pois sua esposa, dona Helena,
madrinha de sua mãe apontando para mim, Helena diziam que seu pai Zé Cardoso
faria uma casa para eles.
Começou a tocar a sua sanfona
utilizando como meio de transporte que os conduziam junto o seu Chico Viola,
seu o pandeirista e o senhor Chico Liziario o seu zabumbeiro. Depois passou a
ser transportado para as suas apresentações, alguns vezes, nos carros de seu Antônio
Damásio e de Chico Cardoso. Tocava em Castelo, Campo Maior, São João da Serra,
São Felix, Prata, Beneditinos entre outros. Recorda que era contratado para
tocar no grandioso festejo da centenário fazenda Cana Brava pertencente ao município
de São Miguel do Tapuio de propriedade do senhor João Henrique e dona Maria. La
tinha leilão e corrida de cavalos e gente muito importante como o senhor Manuel
Portela de Arruasses, de São Miguel do Tapuio, além do vaqueiros da fazenda da
Santa Cruz dos milagres. Lembra-se que existia ´´um caba bom pagador de festa
como o senhor Manuel Calisto´´. Relata que certa vez na cidade de Prata do Piauí
o seu prefeito Chico Filomeno gostou tanto de sua festa que se empolgou e ficou
bêbedo e entregou a chave da prefeitura ao senhor Antônio Maria dizendo ‘amanha
abra a prefeitura e pague esse nego tocador feroz´´.
No que diz respeito à cachê era
muito variado dependendo da festa, podia ser 50, 70 ou 100 contos de réis.
Quando voltava para casa pagava os acompanhantes e dava para pagar as coisas
que dona Helena havia pegado nos comércios locais e assim então poderiam
descansar uns dias. O seu repertorio era composto por musicas de Silvinho, Wadck
Soriano, o preferido da juventude naquela época, além de Nelson Gonsalves e o
famosos baião de Luiz Gonzaga. Diz que tocou muito nas barracas do festejo de
São João da Serra, na mesa do senhor Edmilson Frazão e de seu compadre, o mega empresário
e fazendeiro Nilo Campelo. Hoje 22 abril de 2017 faço o devido registro
fotográfico e vídeos deste quase centenário homem que atrás da sua arte, em
tempos tão remotos levou e leva alegria aos que o conhecem, neste momento
estava entoando na sua sanfona a musica´´tristeza por favor vá embora...´´
obrigado herói das teclas Chico Francelino.
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