sábado, 26 de março de 2022

CACHOEIRA DA CATACUMBA

 

CACHOEIRA DAS CATACUMBAS

 

Nas primeiras horas da manhã de 26 de março de 2022, resolvo pagar uma promessa de vista a um amigo. Saiu do Posto Santa Cruz no bairro Itararé na Cidade de São João da Serra tendo como destino a Localidade Carnaúba que dista do ponto de saída 36 km.  

Percurso que sem atropelos fiz em 40 minutos na minha motocicleta. Chegando a localidade Carnaúba depois da ponte do rio do Cais (que serve de fronteira natural entre a cidade de São João da Serra e Castelo do Piauí).   

Chegando na casa da beira da estrada aonde o meu amigo costuma dormir buzinei três vezes e percebo que o mesmo não se encontra ali. Resolvo andar um pouco pela vizinhança e logo avisto uma garota de uns 10 anos de idade, que –

Me diz; ” ele já deve tá lá na casa do Tito na Carnaúba” .

Logo tom o rumo da casa do Tito na Carnaúba. Antes tive de passar um riacho cheio de pedras e enfrentar uma baixa cheia de capim baixo e muita água. Com paciência e cautela para evitar quedas o que não seria difícil se me afobasse, logo chego a sede da casa nas carnaúbas.

Não noto a presença de ninguém por um certo tempo. Até que escuto uma voz conhecida; ”Professor rapaz!

 Era meu amigo Francisco Vieira Cardoso ´’ conhecido como Chico da Dominga”, nascido em 12/10/1954 em Campo Maior- Piauí. Sendo filho de Francisco Nilo Cardoso “Didor Cardoso” que era filho do Coronel José Cardoso Cearense de Crateús que veio para o Piauí como migrante devido as secas.


                                  Fransquinho casa do Tito nas Carnaúbas. 



                                          Açude na frente da casa na Carnaúba 

Sua mãe e Domingas de Paiva Cardoso que era filha de Gonçalo de Paiva Cardoso Vieira (migrante de Crateús paro Piauí) fugindo da seca na sua região.

Na manhã chuvosa de 26 de março de 2022, Frasquinho estava alimentando suas galinhas. Depois convidou-me par entra na casa do Tito onde me mostrou muitos papeis deixados pelo saudoso Tito sobre a região da antiga vila do Marvão (Castelo do Piauí).

Estando a vontade fui fazer os devidos registros fotográficos e escritos sobre a visita, registrei os dois açudes na frente da casa, duas talheres de prata que pertenceram ao coronel Zé Cardoso uma para seu café e a outra maior para as outras refeições.  Registrei um fato curioso um tumulo que foi feito e graças a Deus não foi utilizado para a mãe de Francisco pois segundo ele, ela esteve 16 dias internada na UTI e o médico pediu a família para providenciar a mesma pois ia desligar os aparelhos que estavam mantendo sua vida. Quando isso foi feito a mesma reagiu e está viva até hoje.

Depois de Fransquinho fazer as suas tarefas resolvemos voltar para casa de beira da estrada que liga São João da Serra a Carnaúba.

 

 Depois de um certo tempo fomos de moto conhecer uma nascente de água centenária na Localidade Catacumbas há dois km de distância do nosso ponto de saída. Um lugar encantador e cheio de histórias pois do seu lado existe uma cerca de pedras muito antiga que não se pode saber quem fez? Quando se fez? E quantos homens serviram sua mão de obra para essa obra? Pois gente que morreu na região com 95 anos quando ali chegaram já encontraram tanto a nascente como a cerca de pedra falada. Depois dos devidos registros fomos conhecer a falada Cachoeira das Catacumbas e para isso foi preciso   percorrer uma trilha preparada por dois homens a mando de Fransquinho num total de 4 diárias de foice e facão.

                                                   Mina de água centenária 


                                                                Cerca de Pedra


                                         Trilha da Cachoeira da Catacumbas

      
                                              segunda queda d água  Cachoeira da Catacumba  

 O percurso da mesma se faz em vinte minutos de caminhada passando por dois riachos e muitos trechos de matas virgens e depois se chega ao riacho onde se faz presente a Cachoeira com suas quedas d’águas.

Tanto seu solo como seus paredões são de formações típicas de grande pedra lajeadas e seu solo é um pouco escorregadio, na sua última queda d água o porão (segundo antigos moradores eram jogados os homens amarrados que não se sujeitavam os trabalhos forçados na região na época da escravidão) diziam quem mandava realizar essa coisa era uma senhora denominada Francelina Pereira (imigrante de Portugal Dona da Fazenda Carnaúba na época dos fatos).

 Depois dos devidos registros pude conhecer duas das suas quedas d’água pois não me arrisquei de descer a última depois dos relatos escutados.  Foi um banho tranquilo e renovador, fica aqui os meus agradecimentos ao desbravado Tito (im memoria ) ao Fransquinho Cardoso e ao moradores da região.

 

  

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